Seja para a empresa em que você trabalha, para uma ideia incremental ou alguma inovação, para uma ideia de startup ou um novo modelo de negócio. Quando um Design Sprint pode ser implementado?
Normalmente essa necessidade parte de um problema ou de uma oportunidade, mas não é em todo problema e em toda oportunidade que faz sentido realizar um Design Sprint. Se você quer saber quais são os cenários ideais para desenvolver esta metodologia, cola com a gente nesse post!
Foram muitos Design Sprints para chegar até aqui
Primeiro, vamos explicar como chegamos a este raciocínio. Aqui na Mentores, nós tivemos a oportunidade de desenvolver vários Design Sprints ao longo dos últimos anos, para grandes empresas como Grupo Boticário, Sicredi e Furukawa, com as quais foi possível resolver uma variedade de problemas. Essas experiências nos trouxeram ensejo para poder perceber quando o cenário torna-se mais favorável para a aplicação de um Design Sprint, além de identificar quais problemas essa dinâmica é capaz de resolver.
O Design Sprint trata-se de uma metodologia criada pelo designer Jake Knapp durante sua experiência no Google Ventures – um departamento do Google focado em investimento e aceleração de novas startups – como alternativa para propor soluções, validar e testar ideias num curto espaço de tempo, antes que tempo e dinheiro sejam investidos. Assim, é possível reduzir riscos e suposições que surgem durante a fase embrionária de projetos.
Essa metodologia permite que, em 5 dias, seja traçado o melhor caminho para a implementação de um determinado projeto:
- 1º dia – Entender: tem o objetivo de compreender os processos, os usuários e stakeholders, bem como as dificuldades, dores e problemas críticos na visão deles. Também são discutidas as possibilidades e ferramentas que podem ser exploradas;
- 2º dia – Divergir: são desenhadas possíveis alternativas para a solução dos problemas identificados, a partir da pesquisa de soluções já existentes, e então, são planejadas possíveis propostas;
- 3º dia – Decidir: cada participante desenvolve uma proposta e apresenta a todos e, em conjunto, cada alternativa é analisada. Ao final do dia, é realizada uma votação para eleger a melhor solução;
- 4º dia – Prototipar: é dedicado à construção do protótipo, a partir da escolha do dia anterior;
- 5º dia – Validar: é realizada a validação, quando um protótipo realista é testado com usuários e feedbacks reais são obtidos.
Essa é uma forma de se “antecipar o futuro” pois, com a realização dessa dinâmica, é possível entender quais serão os impactos de um produto, solução ou proposta de negócio; quais serão os resultados que poderão ser alcançados; quais serão os feedbacks que o usuário traria; e perceber se a proposta é válida antes de ser implementada, reduzindo riscos e poupando tempo e investimentos.
Uma das principais características de um Design Sprint é a imersão. Essa vivência é bastante integrativa e permite flexibilidade, podendo acontecer também virtualmente, quando não há a possibilidade de reunir os participantes presencialmente.
Confira como acontece a versão remota em nosso post: Design Sprint remoto: quais as características e como aplicar?
Mas como saber quando vale a pena fazer um Design Sprint?
Para realizar um Design Sprint, você irá precisar de:
- Participantes
São profissionais que estarão envolvidos nesse projeto, ideia ou solução que se pretende desenvolver. Definir os participantes depende muito do tipo do projeto, normalmente seria um desenvolvedor (ou alguém da área de tecnologia), um designer, profissionais de marketing, profissionais de finanças, o dono da ideia, responsáveis por ações que fazem parte do processo, quem irá investir e quem seria o usuário (ou alguém que o represente).
Cada personagem é alguém que consiga mensurar quais são os valores e problemas daquilo que será proposto, e que possa contribuir para seu desenvolvimento.
- Tempo
Considere que para a realização de um Design Sprint são necessários 5 dias. Porém, alguns dias antes são necessários para que haja uma preparação para se entender a proposta, e também alguns dias depois, para que o resultado seja documentado e apresentado.
Aqui na Mentores, geralmente, nos programamos para uma média de 10 dias, mas esse tempo pode ser maior ou menor, a depender da complexidade do projeto.
- Custos
Se você fizer o Design Sprint em casa, o custo pode ser muito barato. Mas se você precisar de alguma consultoria, de uma empresa que te apoie, ou pagar para profissionais participarem, o custo será bem maior.
Para analisarmos esses pontos e entender se seriam viáveis, desenvolvemos a seguinte lista com alguns requisitos:
Complexidades – o que pode transformar a minha ideia em algo complexo?
Tempo
Se o tempo que é levado para o desenvolvimento da ideia, até chegar ao feedback do usuário, é maior que o tempo da realização de um Design Sprint, já começa a fazer sentido fazê-lo.
Por exemplo: irei desenvolver um produto que levará 1 ano até ficar pronto, poder ter o primeiro cliente usando e receber um feedback. Comparando 1 ano X 10 dias, já compensa fazê-lo! Mesmo que seja 6 meses ou 3 meses, ainda vale a pena.
- Investimento
Por exemplo: será preciso investir R$100 mil para desenvolver uma determinada ideia, transformá-la em negócio e descobrir se dará certo. Esse valor é bem maior do que o que seria investido em um Design Sprint.
- Stakeholders
Imagine: você faz parte de uma grande empresa e é o responsável que precisa provar o valor de uma solução para algum investidor. Como você provaria esse valor?
Você pode fazer da maneira mais clássica: criando uma apresentação para explicar os pontos fortes do seu projeto, mas talvez apenas palavras e imagens não sejam suficientes para convencê-lo; ou você pode apresentar os resultados de um Design Sprint, que permitem demonstrar com mais segurança a viabilidade da proposta. Você pode apresentar os feedbacks dos usuários na fase de validação, dizendo que “compraria aquele produto” ou que “aquela solução o ajudaria”. Com exemplos reais será mais fácil convencer seu investidor do que com suposições.
- Acerto X Erro
Qual o valor que essa solução pode lhe trazer? Seja um valor financeiro ou subjetivo, o quanto você ganharia ou perderia precisa ser levado em consideração caso você acerte ou erre. Sabemos que entender esses pontos é bastante complexo, mas são fatores importantes a se pensar.
Quando é cumprido um requisito dessa lista, já faz sentido realizar um Design Sprint; e quanto mais requisitos cumpridos, mais sentido faz… mas apenas os requisitos de complexidades não são suficientes para tomar uma decisão, precisamos avaliar também os seguintes fatores:
Incertezas e suposições – há algo incerto sobre o meu projeto?
Precisamos deixar claro que certeza não é saber qual é o caminho ou saber que uma empresa já o percorreu e obteve sucesso. Se você nunca percorreu ou não sabe como percorrer, não há como ter certeza que um caminho irá chegar aonde deseja. Conhecer o caminho é diferente de já ter caminhado por ele! Se você for seguir um caminho pela primeira vez, é muito provável que, no decorrer, encontrará obstáculos inesperados.
A validação é importante pois te ajuda a prever obstáculos ou entender se o caminho escolhido é o correto para chegar ao resultado pretendido. Se no caminho proposto há incertezas ou existem suposições (por exemplo: você está supondo que o cliente irá gostar da sua proposta, ou você supõe que sua solução irá resolver o problema), não há como tomar uma decisão, pois você se coloca no lugar do usuário sem ouvi-lo. Muitas vezes, pontos que você não identificou como problema podem vir a se tornar um. Portanto, uma metodologia como o Design Sprint, que é centrada no usuário, vai lhe ajudar a sanar essas dúvidas.
Multidisciplinaridade – o problema ou solução que você quer realizar envolve muitas áreas de conhecimento?
Se para o desenvolvimento de sua ideia é necessário envolver vários perfis de profissionais (alguém de tecnologia, marketing, design, finanças, empreendedorismo, investidor, usuário e customer success), ou seja, se o cenário para o seu projeto é multidisciplinar, o Design Sprint pode ser uma ótima forma de conseguir reunir todo esse conhecimento e torná-lo exponencial, pois a partir da integração de todas essas áreas são geradas novas ideias e novas experiências, e esse cenário se torna bastante enriquecedor para seu projeto.
Se seu projeto possui muitas complexidades, se você possui incertezas e suposições, ou se você não consegue fazer isso sozinho e precisa de mais pessoas, torna-se viável a realização de um Design Sprint.
Normalmente, em um Design Sprint é possível resolver problemas complicados. Contudo, se seu problema é muito heterogêneo, com muitas perguntas a serem respondidas e muitas incertezas, ou se os investimentos e esforços para torná-lo possível são muito grandes, talvez valeria a pena fazer várias dinâmicas de Design Sprint. Dessa forma, seria possível quebrar o problema em partes menores e pensar em uma solução de cada vez. Não faz sentido realizar um Design Sprint gigante, pois deixaria de ser um “sprint” e se tornaria uma maratona.
E o que fazer quando um Design Sprint não se enquadra?
Se a sua ideia possui alto nível de complexidade, esforços e investimentos grandes, mas você não possui incertezas, existem outras ferramentas para se trabalhar, por exemplo:
- Lean Inception;
- Backlog.
Se você tem um cenário de baixa incerteza e o investimento de tempo e dinheiro é menor do que o de um Design Sprint, você pode optar por realizar:
- Reunião de trabalho;
- Sessão curta de Design Thinking.
Se você tem um nível de incerteza grande, mas possui poucas complexidades e esforços pequenos a serem investidos, você pode tentar desenvolver sua ideia e, antes de implementá-la, propor a validação com usuários.
O Design Sprint é uma ótima ferramenta para resolver problemas. Seu uso permite descobrir rapidamente tudo que é essencial para colocar uma ideia em prática e descobrir se vale a pena investir nela.
Na Mentores, somos especialistas em Design Sprint. Se você acha que essa ferramenta é aplicável para sua proposta ou ainda tem dúvidas, conheça nosso serviço de Design Sprint e vamos conversar sobre!
Para entender melhor sobre o assunto, assista o vídeo do nosso CEO, Raul Macedo:
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